"Aprendi a amar menos, o que foi uma pena, e aprendi a ser mais cínica com a vida, o que também foi uma pena, mas necessário. Viver pra sempre tão boba e perdida teria sido fatal.."
Pages
Porque tu sabes que é de poesia, minha vida secreta..
Como diria Clarice: várias faces do mesmo eu..
"O poder de decepcionar é muito maior ao de fazer feliz e o maior erro de nossas vidas é sempre deixar de pensar em nós mesmos em favor dos outros.
Quando pensares em ter uma vida, planeje tudo como se fosse apenas para você pois nunca terás certeza se o escolhido para a sua vida também o escolheu.."
"O tempo passou. No meio da festa, outro dia, eu olhei para o sujeito e percebi que não sentia mais nada em relação a tudo aquilo. Parecia tão importante na época, parecia insuperável, mas acabou, ficou para trás, não deixou rastros. A vida andou, como a vida costuma fazer – desde que a gente não se agarre às memórias com as duas mãos, desde que a gente não fique refém da traição e da culpa."
"Esse post não é sobre homens, muito menos quiches. É sobre verdades prontas. Ou a poderosa fábrica de rótulos que a gente administra, muitas vezes sem se dar conta. Eu caio nessas ciladas de vez em quando. Acho que uma determinada pessoa é antipática, por exemplo. Mando imprimir o rótulo e pronto. Ainda bem que a vida sempre dá um jeitinho de mostrar que a gente pode ter se enganado feio, que não dá pra julgar alguém sem conhecê-la direito. Uma conversa, uma aproximação casual, um assunto em comum e tudo muda. O queixo cai, o rótulo desgruda na hora. Fico feliz e com uma sensação incômoda de que posso ter perdido um valioso tempo de convivência com aquela pessoa. Tenho vontade de dar férias coletivas, decretar falência, gritar "parem as máquinas!!" pra minha fábrica de rótulos. Só que, conscientemente, a gente não consegue comandar tudo. O ser humano tem engrenagens complicadas. E, por isso mesmo, é tão fascinante."
"Que fique muito mal explicado
Não faço força pra ser entendido
Quem faz sentido é soldado
Para todos os efeitos meus defeitos não são meus
Que importa o sentido se tudo vibra?
Não importa o sentido
O bramido do meu canto mudo
Comporta bemóis e sustenidos
Convoca ouvidos surdos
Ao silêncio suave
Da melodia sem conteúdo
Está escrito
Quem não quiser ceder ao canto das páginas
feche os olhos ou tape com cera os ouvidos."
(Alice Ruiz)
Não faço força pra ser entendido
Quem faz sentido é soldado
Para todos os efeitos meus defeitos não são meus
Que importa o sentido se tudo vibra?
Não importa o sentido
O bramido do meu canto mudo
Comporta bemóis e sustenidos
Convoca ouvidos surdos
Ao silêncio suave
Da melodia sem conteúdo
Está escrito
Quem não quiser ceder ao canto das páginas
feche os olhos ou tape com cera os ouvidos."
(Alice Ruiz)
"A previsão é que chova forte em quase todo o país. E que um furacão passe em algum outro continente. A previsão é que o dia seja mais um daqueles em que você trabalhe tanto, tanto que precise de um ansiolítico. E que eu estude tantas coisas novas que talvez me desespere.A previsão é que você arranje um minuto do seu tempo escasso pra me telefonar bem no pico máximo da sua/minha saudade.E que o telefone esteja ocupado porque também estou telefonando pra você.A previsão é que no meio da tarde estejamos muito cansados.E que pensaremos em dormir cedo para acordar mais dispostos no dia seguinte. A previsão é que nos sintamos tão engolidos por essa correria do mundo, que pensaremos em largar tudo pra simplesmente sumir por aí, viajando pra qualquer lugar aonde não cheguem furacões. A previsão é que o dia caia repentinamente sobre o mar e que a noite chegue na hora mais perfumada do meu corpo : naquele momento em que tudo em mim é a certeza de um sorriso seu colado ao meu rosto e que tudo em você é a certeza do meu mais definitivo e sonoro SIM! A previsão é que tenhamos no amor essa certeza: de um abrigo de paz, desse aconchego sem fim."
"Dai decidi que agora não.
Ah, agora não.
Tudo de novo? Não.
Então peguei meu celular, assim, meio ocupada, óculos e tal e mordendo o lábio inferior um pouco ressecado e, sem dó, deletei seu número de celular. Deletei as mensagens de texto também. E deletei seu nome e as fotos e a música e tudo.
E deletei você de tudo que me informa da sua vida e do lugar mais difícil de todos: do lixo do computador. Foi quando piorei. Vi seu carro parado na rua de trás e quebrei inteiro. Vi sua casa e ateei fogo. E vi você andando na rua e te atropelei. E nada adiantou. Porque você é antes de agora. Então voltei no mundo e deletei seu começo. E deletei o mundo. E deletei a explosão cósmica.
E nada adiantou, nada, porque desejo se forma em um lugar que é de onde somos também. Então eu teria que me deletar. E não adiantaria de agora, tipo: “não existo! Valendo!”. Teria que ser de antes.
Mas complicou demais.
E é por isso que escrevo isso da sua sala iluminada pelo sol mais feliz de todos que é o sol do dia seguinte quando ainda estamos no dia anterior.
Ah, agora não.
Tudo de novo? Não.
Então peguei meu celular, assim, meio ocupada, óculos e tal e mordendo o lábio inferior um pouco ressecado e, sem dó, deletei seu número de celular. Deletei as mensagens de texto também. E deletei seu nome e as fotos e a música e tudo.
E deletei você de tudo que me informa da sua vida e do lugar mais difícil de todos: do lixo do computador. Foi quando piorei. Vi seu carro parado na rua de trás e quebrei inteiro. Vi sua casa e ateei fogo. E vi você andando na rua e te atropelei. E nada adiantou. Porque você é antes de agora. Então voltei no mundo e deletei seu começo. E deletei o mundo. E deletei a explosão cósmica.
E nada adiantou, nada, porque desejo se forma em um lugar que é de onde somos também. Então eu teria que me deletar. E não adiantaria de agora, tipo: “não existo! Valendo!”. Teria que ser de antes.
Mas complicou demais.
E é por isso que escrevo isso da sua sala iluminada pelo sol mais feliz de todos que é o sol do dia seguinte quando ainda estamos no dia anterior.
A vida que ultrapassa a gente só porque esses pequenos momentos de amor nos congelam dando uma falsa sensação de que pode ser bom pra sempre."
"Nunca fui de matutar muito as coisas, planejar ou ter disciplina pra fazer com que elas acontecessem.
Sempre prestei atenção nos sinais e os segui.
[…] O que eu chamo de impulso talvez seja uma batida mais forte do coração que, de tão intensa, traz junto com ela um passo.
Comigo é assim. Tudo o que eu faço de coração, faço inteiro.
Costuma dar certo."
Sempre prestei atenção nos sinais e os segui.
[…] O que eu chamo de impulso talvez seja uma batida mais forte do coração que, de tão intensa, traz junto com ela um passo.
Comigo é assim. Tudo o que eu faço de coração, faço inteiro.
Costuma dar certo."
(Cristiana Guerra)
"Se eu ficar dentro de casa esperando ser feliz para ser feliz, eu não vou ser feliz nunca. Se eu ficar dentro de casa esperando que uma perfeita unidade nasça de dentro dessa confusão de mil personagens que é minha alma, eu não vou sair de casa nunca mais. A vida dói mesmo, é fato, sempre doeu, não é novidade. Viver aqui dentro, com tanta gente brigando pra saber qual dos “eus” é mais eu, não é fácil."
(Tati Bernardi)
"Existe alguém em mim que quer falar tudo que acha que sente. Quer dizer que faz qualquer coisa pra te ter ao lado todo dia à noite. Esse alguém te quer. Existe alguém que duvida. Duvida do que tu sentes e, justamente por isso, não diz o que sente. Ele não diz, e te faz achar que ele não sente nada por ti. Esse alguém te gosta muito. Existe também alguém que ferve. Alguém que ignora todo o sentimento, pois espera a cada esquina por algo melhor, algo que nunca aparece e que o faz permanecer nessa incessante busca. Esse alguém não vive sem ti."
(Lucas Silveira)
"Na verdade gostaria que ele encontrasse todos os pedaços de mim dentro de alguma gaveta esquecida de seu quarto. Que ele não tivesse deixado de me amar, ou que ele nunca tivesse me amado, ou ainda que eu nunca tivesse acreditado – assinale a alternativa menos humilhante.
Como desejei poder encontrar o "nós" desaparecido! Mas parecia que o "nós" não estava apenas ausente. Estava morto. Os segundos viraram dias, os dias semanas, meses e agora lembranças. Inferno.
Supere isso e, se não puder supe rar, supere o vício de falar a respeito. E se eu não quiser superar, eu não vou a nenhum lugar. A maior dor não é por ainda estar respirando, mas sim porque preciso deixar que ele saia de mim, expulsa-lo. Como ele fez. Afinal, estamos longe. Abandonar o passado é realmente um sacrifício tão doloroso quanto olhar pro lado e não vê-lo. Porque eu sei que se esquecê-lo estarei o perdendo para sempre."
(Marian Keyes - in Melancia)
Como desejei poder encontrar o "nós" desaparecido! Mas parecia que o "nós" não estava apenas ausente. Estava morto. Os segundos viraram dias, os dias semanas, meses e agora lembranças. Inferno.
Supere isso e, se não puder supe rar, supere o vício de falar a respeito. E se eu não quiser superar, eu não vou a nenhum lugar. A maior dor não é por ainda estar respirando, mas sim porque preciso deixar que ele saia de mim, expulsa-lo. Como ele fez. Afinal, estamos longe. Abandonar o passado é realmente um sacrifício tão doloroso quanto olhar pro lado e não vê-lo. Porque eu sei que se esquecê-lo estarei o perdendo para sempre."
(Marian Keyes - in Melancia)
"Muitos olhos. Eu tenho muitos olhos. Dois deles trago sempre comigo e os outros deixo-os guardados, pois já estão cheios de imagens, cansados, em repouso dentro da gaveta de um guarda-fatos, na memória.
Em algumas noites vou até lá, retiro os que estão em uso e meto uns a sorte para ver se ainda estão a funcionar perfeitamente. É preciso certo ritual antes de o fazer, pois o mundo à minha volta certamente desaparecerá por alguns instantes, consoante mudo os orgãozitos que me servem para mergulhar em abismos de percepções. O ritual é feito de silêncio e portas fechadas. O mundo é diferente de acordo com os olhos que estão em uso: os atuais mostram-nos o mundo quotidiano, repleto de detalhes que cismamos ignorar; os que estão guardados mostram-nos os momentos presentes que fomos acumulando até tornarem-se o passado de que somos feitos.
Com uns olhos escolhidos à sorte, chego-me à varanda. Basta um instante e a paisagem já se torna outra. E se não fosse um acaso milagroso, que me fez tropeçar naquela pedra no meio de um caminho do passado, estaria eu com os olhos trocados até agora.
Algumas pessoas – aquelas que já se esqueceram de onde puseram as chaves das gavetas dos guarda-fatos da memória -, sempre que vêem alguém que se esqueceu de recolocar os olhos habituais, insistem em dizer aos ouvidos quotidianos mais próximos:
— Olha, aquele vive a olhar para o nada.
Essas pessoas, coitadas, que não entendem nada de rituais de silêncio e portas fechadas ficam assim perdidas e a dizer asneiras sobre o que desconhecem. Pobres daqueles que só dispõem de um par de olhos e um quotidiano que cismam ignorar."
"Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é famíliar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa jornada em busca da verdade (para dentro ou para fora), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como pista e se você aceitar cada um que encontre no caminho como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma... então a verdade não lhe será negada."
(Elizabeth Gilbert in Comer, Rezar, Amar)
(Elizabeth Gilbert in Comer, Rezar, Amar)
"Os Poetas existem, a Poesia continua existindo, sempre continuará existindo. Ocorre que é Outro o calendário dos Poetas e da Poesia; é Outro o seu calendário, assim como a sua agenda. Ser Poeta e abraçar a Poesia é e sempre foi e será ato de Solidão, de Renúncia e da Comunhão possível entre pares e com os que desenvolveram o necessário da própria Antena Poética. O Poeta e a Poesia são, ou pelo menos devem ser, seres sempre contrapostos às agendas e aos calendários oficiais. É assim, sempre será assim e é suportar e conviver com este destino que, muitas vezes – reconheço – parece uma cruz muitíssimo pesada. É sangrar, mas prosseguir, ressuscitando quantas vezes for preciso morrer."
(Zuleika dos Reis)
"{...}chorou livremente, como se esta fosse a solução. As lágrimas corriam grossas, sem que ela contraísse um só músculo da face. Chorou tanto que não soube contar. Sentiu-se depois como se tivesse voltado às suas verdadeiras proporções, miúda, murcha, humilde. Serenamente vazia."
(Clarice Lispector - in Perto do Coração Selvagem)
"Enfrentei a saudade, contive o ímpeto da falta.
Confesso que a imobilidade doeu mais do que um movimento abrupto.
Se realizasse o ato banal, vestiria novamente os fantasmas.
A casa não era mais minha. Os hábitos não eram mais meus.
Não tinha mais obrigação com o passado.
Sequei o rosto com os próprios punhos."
Confesso que a imobilidade doeu mais do que um movimento abrupto.
Se realizasse o ato banal, vestiria novamente os fantasmas.
A casa não era mais minha. Os hábitos não eram mais meus.
Não tinha mais obrigação com o passado.
Sequei o rosto com os próprios punhos."
(Carpinejar)
"Me diga que está triste, eu consolo. Me diga que nunca foi tão feliz, eu concordo. Me ame ou me odeie. Me mande pra puta-que-o-pariu ou me convide pra ir com você. Exploda na minha cara ou se derreta na minha mão. Deixa eu te ver morrendo de tanto rir ou com vergonha das olheiras de tanto chorar. Só não me esconda o rosto. Me abrace, me esmurre, me lamba ou me empurre. Só não me balance os ombros. Não me perturba assistir tua dor nem acompanhar teu gás.
Te ver mais ou menos realmente me incomoda. Mais ou menos não rende papo, não faz inverno nem verão, não exige uma longa explicação. É melhor estar alegre ou estar triste, mais ou menos é a pior coisa que existe."
(Gabito Nunes)
"Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente."
(Luís Fernando Veríssimo)
"Não sou, nunca fui e não quero ser santa. Me recuso, entretanto, a fazer parte do mal, independente do que mal seja. Vou continuar falando palavrão, me apaixonado e enchendo a casa de corações de papel, maltratando minha mãe às vezes e depois me sentindo escrota e injusta, ainda vou fazer muitos amigos errados, vou viajar quilômetros por amor aos meus irmãos, aos meus amores. Vou ser assim porque, na verdade, eu já sou tudo isso. Tá tudo errado e tá tudo certo. Tá tudo mudando e tá tudo bem. No final da vida, como eu já disse outras vezes, quero ter um colar de pérolas minhas pra mostrar pros meus netos e, olha só, às vezes eu quero tê-los (os netos), outras não. Daqui há pouco tudo muda, mas eu ainda vou querer estar com você porque, é fato, você me mudou."
(Rani Ghazzaoui)
"Não quero viver como uma planta que engasga e não diz a sua flor. Como um pássaro que mantém os pés atados a um visgo imaginário. Como um texto que tece centenas de parágrafos sem dar o recado pretendido. Que eu saiba fazer os meus sonhos frutificarem a sua música. Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres. Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade. Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa."
(Ana Jácomo)
(Ana Jácomo)
"Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis.
Depois repetes, muitas vezes, como quem masca,
ruminas uma frase escrita faz algum tempo.
Qualquer coisa assim:
- … mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga:
inventa o gosto insípido na boca seca …"
Depois repetes, muitas vezes, como quem masca,
ruminas uma frase escrita faz algum tempo.
Qualquer coisa assim:
- … mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga:
inventa o gosto insípido na boca seca …"
(Sempre elee, Caio)
"Li uma vez que você vive não sei quantas mil horas
e pode resumir tudo de bom em apenas cinco minutos.
O resto é apenas o dia-a-dia. Um olhar, uma lágrima que cai, um abraço...
Isso é muito pouco na vida. Então, isso vale mais que tudo para mim.
Prefiro não acreditar no Day After, no fim do mundo, no apocalipse ."
"A vida é tão desconhecida e mágica,
dorme às vezes do seu lado...calada"
e pode resumir tudo de bom em apenas cinco minutos.
O resto é apenas o dia-a-dia. Um olhar, uma lágrima que cai, um abraço...
Isso é muito pouco na vida. Então, isso vale mais que tudo para mim.
Prefiro não acreditar no Day After, no fim do mundo, no apocalipse ."
"A vida é tão desconhecida e mágica,
dorme às vezes do seu lado...calada"
(Cazuza)
"Ainda que em dias sem tempo quem sempre arranja tempo para aparecer é ela, a saudade. Em meio a corridas para cumprir horários, leituras dinâmicas para entregar tudo no prazo ela sempre chega trazendo a presença de dias que não voltam. A ciência avança e inventam solução para tudo ou quase tudo, mas ainda não tem um jeito de se voltar de fato ao passado e de se reviver nem que seja por um instante algum momento feliz. Eu trocaria qualquer dia do futuro por um minuto de novo ao lado de quem me rouba os pensamentos. Também não há nada que tenha sido inventado que nos faça viver no presente, estamos sempre presos em um tempo que não é o agora. Estamos no passado, na lembrança feliz, na tristeza ainda não superada ou esperançosos pelo futuro no qual tudo voltará a ser como no passado ou tudo será diferente do presente. Estamos até mesmo no futuro mais próximo aguardando o relógio marcar o fim do expediente para poder ser feliz na volta ao lar ou para aproveitar o fim de semana com os amigos. Nunca estamos no presente nem que seja desejando nunca esquecer o que se vive agora. Algumas vezes a gente queria mudar aquele momento em que tudo mudou, repetir aquele abraço, retribuir aquele beijo, dizer que amava e não sabia, dizer que sabia ou até dizer que amava e sabia, mas temia. Outro dia eu pedi que ele voltasse e durante mais um compromisso eu o vi de novo, à minha frente, lindo. Era ele, era eu, o tempo mesmo que por um instante o trouxe de volta. Mas aos nos olharmos, surpresos, mesmo que por segundos reconhecemos que a gente não mais se reconhecia. Era ele hoje, era eu hoje, e o que vivemos já estava no ontem, não éramos mais como antes e não adianta a gente voltar, pois o que havia não volta junto como que por mágica. O amor é como o sono em noite de insônia, se você não está atento e sonha junto no exato momento em que ele chega o tempo passa. Do mesmo jeito se você não está atento no momento em que alguém chega o tempo passa e te resta a solidão. Então se tem que aceitar que o lugar dos amores que não deram certo é na lembrança e não no futuro. Não na lembrança amarga das culpas e dos erros, mas na lembrança doce de quem te deu momentos felizes. E as lembranças acolhem o que chega ao fim no amor, pois o que termina no amor é o relacionamento e não o sentimento. A relação pode durar dias, meses ou anos e um dia acabar, mas o sentimento pode ser para sempre. Pode se continuar amando, mesmo sem mais ter, ver, ouvir, mas ainda se sentir. A lua minguante tímida intimida a confessar esse amor crescente que deixa a alma cheia de vontade de te ter na nova, nova vida que a gente teria se no céu alguma estrela cadente pudesse mesmo sonhos realizar. Então, lua, eu te digo que você estava sobre nós quando por segundos nós dois nos vimos de novo testemunhando que eu não mais vejo, não mais ouço, mas ainda sinto e amo, e no dia seguinte - e em todos os que se seguiram - chega a saudade, que tantas vezes é o sobrenome do amor, para me dar de volta o nosso tempo. Assim, confesso, sim, ainda quero você como o tempo não quer nada além de ser eterno. E eu sigo pensando em como seria se você estivesse aqui ou quem sabe se eu estivesse aí."
"Quem pode explicar o que me acontece dentro? Eu tenho que responder ás minhas próprias perguntas. E tenho que ser serena para aplacar minha própria demência. E tenho que ser discreta para me receber em confiança. E tenho que ser lógica para entender minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto."
(Martha Medeiros)
"Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje… Amanhã, já me reinventei. Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim. Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina… E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar.."
(Tati Bernardi)
"Eu hoje joguei tanta coisa fora... eu vi o meu passado passar por mim.. cartas e fotografias, gente que foi embora.. a casa fica bem melhor assim.."
"Fez das velhas roupas, novas.
Comprou um livro dos caras que toca o seu coração.
Levantou cedo e foi cortar o cabelo; pediu pra cortar bastante e pra colorir também.
Comprou um livro dos caras que toca o seu coração.
Levantou cedo e foi cortar o cabelo; pediu pra cortar bastante e pra colorir também.
Sentou no meio do quarto.. olhou em volta.. olhou aquelas coisas que ainda estavam lá; e nem mesma ela sabia explicar o que ainda estavam fazendo lá..
Tirou as teias de aranha que cultivava, achou alguns livros, fotografias perdidas dentro de cadernos do colegial.. recado na prova de filosofia que a professora-amiga havia deixado.. recado do melhor-amigo que depois viera ser o namoradinho..
Jogou fora todas as coisas insuportáveis.. sentiu-se melhor..
Agora tem espaço.. espaço na casa.. espaço no coração...
Agora tem espaço.. espaço na casa.. espaço no coração...
E ninguém entenderia a importância disso."
"Era manhã sem madrugada porque essa outra tinha secado chata por não ter sido consumada. Era súbito e direto o sol no seu rosto, seu nariz fazia curvas engraçadas pela bochecha, na sombra que desfigurava e fazia a menina franzina ser tão maior do que ela era. Era estranho, mas era bom ao mesmo tempo. Assim fácil, assim completamente incompleto.
A vida dá umas voltas estranhas e no final das coisas elas podem acabar exatamente no começo delas. Mas ela precisava de alguma coisa menos inacabada para poder seguir em frente. Precisava ser completa para poder completar os buracos e as vielas no meio do caminho. Ela precisava chegar ao meio do caminho inteira.
E foi sem querer que alguma coisa, naquela noite estranha, disse pra ela que por mais errado que pudesse parecer, estava certo. Ela quis muito e quem quer muito faz força demais e, mesmo que doa, consegue. Não foi na primeira, nem segunda e nem na décima. Não foi florido, nem corrido, nem demorado demais. Não foi fácil porque se assim fosse ela dificilmente se interessaria.
Tantas vezes falou pra si mesma que não ia mais ser assim. Tantas vezes chorou por horas em ombros diferentes na esperança de, numa dessas, achar o ombro certo e esquecer de todos os outros, de todas as coisas, de tanta coisa molhada e inacabada. O sol desfigurou a verdade de sonho, mas a noite trouxe de novo a estória que ninguém contou pra ninguém, por ser dela e de mais ninguém, pela primeira vez.
Muitas vezes acreditou no óbvio e teve medo de olhar pra frente com um olhar menos apreensivo que pudesse, talvez, fazer ser a vez dela de voar. É verdade que vieram os bacanas, os interessantes, os bonitos, os babacas. É verdade que vieram as crenças, as esperanças, os sorrisos, os desapontamentos. É bem verdade, também, que ela vivia jurando de pé junto que ia parar por ali, pra sempre, por esse ano, por um mês, por hoje.
Só que não houve fórmula infalível dessa vez, dessa vez não dependia dela e muito menos do empenho dela - embora mesmo assim ela tenha se empenhado só para não perder o eterno costume de carregar tudo nas costas para depois dizer que foi sofrido. Achava bonito sofrer. Achava poesia nas coisas idiotas. Achava que um dia isso ia valer à pena.
E a gente não vai saber, ainda, se dessa vez valeu. Ninguém vai saber, nunca, por completo por onde andaram dadas com outras, as mãos dela. Não dá para adivinhar quando ela sente e quando ela finge e quando ela simplesmente não tem controle do que passa por ela turbulento ou calmo.
Mas vale à pena - pra ela, pra mim e pra você - olhar direto e sempre pra frente. Vale à pena fechar os olhos para o que não serve e abrir assim, só quando der mesmo vontade. Vale à pena agredir as morais questionáveis da vida e, definitivamente, não passar vontade. Valeria à pena, inclusive, se empenhar em algum final bonito, poético e pensável para esse texto. Só que eu acho que para ela, às vezes, falta vontade.
E chame egoísta se quiser, mas acho que muito certo faz a pessoa, de guardar o motivo dos seus sorrisos, só para ela."
"Não temo não saber o que falar, porque é fato aceito, consumado, que não vou saber. O medo é encontrar você pelos arredores do bairro. A tua preferência por cores escuras ainda é lembrança viva dentro de mim; e eu tenho uma vontade enorme, danada, de correr, sabe, de sumir, quando vejo um azulmarinho ganhando as calçadas da cidade por aí. Eu não tenho medo de você. Eu tenho medo é de querer.
Respeite o fato de que, por enquanto, a cidade também é minha e de que me assusta a possibilidade da presença de tons sujos. Os meus vermelhos palpitam se eu imagino cruzar com você nas avenidas que nem são dos meus atropelamentos, mas a sua presença me atropela: eu despedaçada, estilhaços de uma felicidade que não foi.
Te incendeio dentro de mim. Não é sempre. É só quando dá vontade de te ver feio, desfigurado. É só algumas vezes, durante a manhã, quando o sol parece não se importar e eu lembro da nossa preferência por lugares frios. E eu lembro de você. Você: a grande maravilha: incólume, sempre: a Muralha da China, você. E eu sempre assim, toda aos pedaços, mas forte, consciente de que pra viver é preciso sabotar você.
Ou ir embora. Deixar que cada pedaço desse chão que odiamos seja só teu. Te matar de inveja quando eu conviver com a neve. Me matar de tristeza porque você não estará, ainda que pra me despedaçar e dilacerarmos nossos corações de novo nesse jogo eterno jogo-de-quem-pode-mais. Nunca é game over sem você."
"O que há em mim é sobretudo cansaço Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A subtileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém. Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço. Íssimo, íssimo. íssimo, Cansaço..."
Essas e o que faz falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço. Íssimo, íssimo. íssimo, Cansaço..."
(Álvaro de Campos)
"Preocupação é para despreparados
o que sei e me basta
não é o que vem ou o que foi
é isso que é e que a vida me faz
o que acontece entre a possibilidade
de um pensamento e o outro
o que sou não é resultado de um propósito
me tornei espelho das escolhas
não me perdi na direção
quem se perde tem um destino
eu procuro um futuro."
(Cáh Morandi)
o que sei e me basta
não é o que vem ou o que foi
é isso que é e que a vida me faz
o que acontece entre a possibilidade
de um pensamento e o outro
o que sou não é resultado de um propósito
me tornei espelho das escolhas
não me perdi na direção
quem se perde tem um destino
eu procuro um futuro."
(Cáh Morandi)
Assinar:
Postagens (Atom)
Eu?
- Vanessa Plakitqen.
- Cascavel, Paraná, Brazil
- Pessoa inteira, esquisita, taurina, grande pelo que já vivi, baixinha de altura :p, singular, disciplinada, criativa, navegante de caminhos inóspitos, ser amigável, inquieta, tatuada, fala palavrão. Misteriosa, forte, dominadora e ciumenta. Tenho defeitos que considero indispensáveis e um olhar blasé. Já usei piercing, gosto de rock'n'roll e odeio preconteito. Sou multicolorida, preto no branco, excêntrica, desajustada, questionadora, com sede de conhecimento, estudante de psicologia e enfermagem. “sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher... sou minha, só minha”. Como toda pessoa interessante eu sou uma mulher cheia de contradições. Sou meu milagre cotidiano.
Arquivos
- abril 2013 (20)
- maio 2012 (8)
- abril 2012 (6)
- fevereiro 2012 (2)
- janeiro 2012 (7)
- outubro 2011 (42)
- setembro 2011 (63)
- agosto 2011 (63)
- julho 2011 (125)
- junho 2011 (169)
- maio 2011 (108)
- abril 2011 (40)
- março 2011 (96)
- fevereiro 2011 (128)
- janeiro 2011 (40)
- dezembro 2010 (28)
- novembro 2010 (79)
- outubro 2010 (84)
- setembro 2010 (56)
- agosto 2010 (83)
- julho 2010 (92)
- junho 2010 (73)
- maio 2010 (34)
- abril 2010 (32)
- março 2010 (2)
- janeiro 2010 (4)
- dezembro 2009 (1)
- novembro 2009 (8)
- outubro 2009 (5)
- setembro 2009 (16)
- agosto 2009 (15)
- julho 2009 (38)
Que dia é hoje?
Que horas são?
De Onde Vieram
Recomendo!
re.ti.cên.cia
Para lembrar: O Plágio é crime e está previsto na lei nº 9610 sobre direitos autorais. :)
(Textos sem créditos, ou são meus ou não encontrei a autoria. Se você souber de quem é, ou se algum estiver errado. Por favor me avise para arrumar!)
(Textos sem créditos, ou são meus ou não encontrei a autoria. Se você souber de quem é, ou se algum estiver errado. Por favor me avise para arrumar!)